Sara Carbonero irá cobrir a Copa do Mundo no Brasil deixando o filho na Espanha: isso é trabalho e reconciliação familiar?

Os pais de crianças pequenas estão clamando há algum tempo para melhorar nossas condições de trabalho para que possamos passar mais tempo com nossos filhos, poder cuidar deles sem ter que deixá-los nas mãos de terceiros e, em suma, vê-los crescer.

Não é uma questão trivial, não é um capricho, é o que qualquer psicólogo recomendaria a um Estado se seus governantes perguntassem o que é melhor no nível evolutivo e emocional para as crianças e não apenas isso, é o que os pais querem para nós e nossos filhos, temos tempo para Dê-lhes amor, amor e educação.

A resposta dos governantes, até o momento, foi algo como "sim, acalme-se, consideraremos o problema e criaremos ajuda para que os pais possam conciliar o trabalho com a vida familiar". E por um tempo eles fizeram. Como Fatal, criando milhares de creches para nossos filhos passarem o dia lá enquanto continuamos trabalhando da mesma maneira. Vamos lá, o que na minha cidade chamaríamos de "reconciliação de trabalho e família muito mal compreendida".

Agora transcende a notícia de que Sara Carbonero vai cobrir a Copa do Mundo no Brasil deixando seu filho de cinco meses na Espanha e quando se fala sobre isso explica que "Eu não sou a única mulher que concilia trabalho e maternidade". E, claro, também sou pai e gosto de pelo menos tentar estabelecer o que considero a base do que a opinião pública deve ser, porque não calo a boca: Isso é trabalho e reconciliação familiar?

Ela pode fazer o que quiser

Certamente você vai querer me dizer isso: ela pode fazer o que ela quer. Claro, claro que você pode fazê-lo. Faltaria mais. É sua mãe, ele é seu bebê e ei, o pai faz o mesmo, vai à Copa do Mundo no Brasil por um mês inteiro (se as eliminatórias estão acontecendo) e deixa o mesmo filho na Espanha. Mas se isso é chamado de reconciliar a vida familiar com o trabalho, bem, não, acho que não.

Reconciliar a família com o trabalho seria adaptar a jornada de trabalho de uma maneira que lhe permitisse passar mais tempo com seus filhos. Algo como uma redução no horário de trabalho para a mãe e o pai (e seria bom se eles recebessem alguma ajuda compensatória, devido à perda de poder de compra), como poder modificar o horário de trabalho para poder atender seu filho pela manhã ou não chegar às oito da tarde, quando a criança já dorme, etc.

Mesmo sendo capaz, se possível, de fazer parte do trabalho em casa, para não separar tanto tempo do seu filho ou vice-versa, para leve seu filho, se possível, ao trabalho. Sei que parece estranho porque não estamos acostumados, mas há muitos empregos em que um bebê não se incomodaria.

Isso não é conciliar

Portanto, não, deixe 2-3 semanas, ou quatro, se a Espanha chegar à final, para outro país, deixando-o para trás da criança, para não conciliar a vida familiar com o trabalho. Isso é fazer o mesmo que você faria se não fosse mãe, com a única diferença de que você se conectará via webcam Ver seu filho

Reconciliar seria levá-lo para o Brasil e ter a possibilidade de trabalhar cobrindo apenas os jogos e treinamentos da Espanha, por exemplo. Isso lhe daria tempo para cuidar de seu bebê. Você pode estar com ele enquanto trabalha e alguém pode estar no comando quando você aparece na antena.

E se a ideia é mudar mentalidades, saindo com o bebê na televisão enquanto entrevistava jogadores de futebol. Talvez até alguns a deixem boba e a sociedade entenda que bebês e maternidade não estão em desacordo com uma vida normal, que parece que, sendo mãe ou pai, você precisa se esconder dos outros até que a criança fique mais velha. Assim, além disso, até o pai poderia passar muitas vezes com ele.

Nada muda…

Então, como você disse, Sara: "Nunca pensei em deixar o trabalho, gosto muito do que faço, há tempo para tudo. Só espero que haja uma boa conexão Wi-Fi no hotel, para não perder nada que Martin faça nessas semanas." Há tempo para tudo, é claro, mas quem perde é o habitual, o garotinho que não entende por que seus pais desaparecem repentinamente quase um mês de suas vidas. Espero que haja uma boa conexão Wi-Fi, mas o pior não é o que você sentirá falta. O pior é o que seu filho vai sentir falta, que são seus pais.

Repito: não é conciliar o trabalho com a família. Está fazendo o mesmo que adultos que não têm filhos. Isso é continuar dando coba a um sistema que é configurado para que os mais fracos e desamparados sejam aqueles que continuam sofrendo as consequências.