Um tipo de açúcar no leite materno protegeria o bebê contra o estreptococo B

Que o leite materno é o melhor alimento para o recém-nascido, não há dúvida. Suas vantagens nutricionais são indiscutíveis, assim como os benefícios desse 'ouro biológico' para o sistema imunológico do bebê. O leite materno atua como um escudo protetor contra infecções e doenças.

Sua composição continua a nos surpreender à medida que novas descobertas são descobertas. Um deles conclui que um tipo de açúcar no leite materno protegeria o bebê contra o estreptococo do grupo B, uma infecção bacteriana que pode ser encontrada na vagina ou no reto de uma mulher grávida e pode ser fatal para o recém-nascido nascido

Entre 10% e 30% das mulheres grávidas carregam a bactéria Streptococcus B. É uma das muitas bactérias que vivem no corpo e geralmente não causam doenças graves. Pode ser encontrada no trato digestivo, urinário e reprodutivo de homens e mulheres e, nas mulheres, pode ser alojada na vagina e no reto.

A maioria das mulheres grávidas colonizadas com GBS não apresenta sintomas ou sua saúde é afetada, mas algumas podem ter uma infecção do trato urinário ou infecção do útero devido às bactérias. Se esta infecção é transmitida ao bebê no momento do parto, pode causar sérias complicações, mesmo em alguns casos, causando a morte.

Pesquisadores do Imperial College London (Reino Unido) realizaram um estudo com 183 mulheres na Gâmbia e descobriram que um tipo de açúcar presente no leite materno pode proteger o recém-nascido contra a infecção por estreptococos do grupo B, a causa comum de meningite em recém-nascidos e a principal causa de infecção nos primeiros três meses de vida.

Nem todas as mulheres têm o mesmo leite

A composição do leite materno é definida pelo perfil genético de cada mulher. Especificamente, um tipo específico de sistema genético, chamado sistema antigênico Lewis (envolvido na fabricação do grupo sanguíneo ABO), desempenha um papel importante na determinação dos açúcares no leite materno.

O leite materno contém mais de 200 moléculas de açúcar diferentes, uma mistura de diferentes tipos de oligossacarídeos que atuam como alimento para as boas bactérias que o bebê possui no intestino. O leite materno favorece, assim, a proliferação dessas bactérias amigáveis.

No estudo, a equipe analisou o leite das mães com açúcares controlados por esses genes. As mulheres que produziam os açúcares do leite materno ligados ao gene de Lewis eram menos propensas a ter bactérias no intestino, e os bebês também eram menos propensos a adquirir as bactérias "ruins" de suas mães ao nascer.