Rodrigo Ron: a publicidade dirigida às crianças deve falar sua língua e discutir tópicos que lhes interessam

Na próxima quarta-feira, começará a IX Edição do Festival El Chupete: desta vez, aborda o assunto de diferentes disciplinas: Publicidade ou entretenimento 'Branded Content'?

Os hábitos de consumo de crianças e adolescentes em termos de comunicação e publicidade mudaram e, consequentemente, as marcas começaram a se integrar em suas comunicações. conteúdo de treinamento, informação e entretenimento, além da mensagem comercial. É o que é chamado de 'conteúdo de marca'.

Mais de 50 profissionais participarão de um total de 40 atividades, o que permitirá aos participantes refletir sobre a responsabilidade que as marcas têm, no que diz respeito ao conteúdo de suas campanhas e, especialmente, no modo como vivem crianças e jovens, para poderem participar. Conheça seus depoimentos em primeira mão

Hoje entrevistamos Rodrigo Ron, diretor do Festival (e um de seus fundadores), profissional envolvido na criação de um novo conceito para cuidar e melhorar a comunicação infantil. Ele nos traz as características que a publicidade responsável deve reunir e nos fala sobre a comunicação criativa voltada para crianças. Esperamos que você goste. Peques e mais.- Quais são as principais características que a publicidade voltada para crianças deve ter?

Rodrigo Ron.- Em relação à substância, é essencial que essa publicidade voltada para crianças, fale na língua das crianças, seja divertida e divertida, não intrusiva, relevante, ou seja, que realmente atenda a questões que interessam à criança . Quanto à forma, a música funciona, o fato de a animação e a imagem real coexistirem e também o objetivo aspiracional, significa que, se for dirigida a crianças de 8 anos, aparecerão crianças de 10 anos (porque isso responde à sua própria desejo de crescer)

Eu também destacaria que, considerando que você precisa cuidar dessa mensagem ao máximo, sempre é possível integrar conceitos que tenham um ponto de transgressão no mundo adulto. Um exemplo seria a campanha "Take Fanta", com a qual as crianças se identificaram bem.

Atualmente, e embora seja necessário incentivar o consumo, há cada vez mais marcas que preferem apostar nessa imagem associada a uma série de valores, sendo responsáveis ​​por sua comunicação.

PyM.- Você acha que as crianças devem aprender a criticar a publicidade que recebem? De quem seria a responsabilidade de ajudá-las a construir esse pensamento crítico?

R.R.- Sim, é claro e acho que é responsabilidade dos pais, profissionais e responsáveis. Gostaríamos que, em pouco tempo, houvesse um assunto que falasse sobre o mundo da comunicação e publicidade, que ensinasse às crianças um uso e consumo responsáveis ​​de como codificar mensagens publicitárias. Se assim fosse, o mundo profissional convergiria com o professor e seria perfeito educá-lo desde a infância.

PyM.- Em geral, você acha que o nível de conscientização dos anunciantes - em relação à responsabilidade deles com relação às crianças - aumentou?

R.R.- Acho que melhorou e que as marcas perceberam que faz mais sentido construir uma marca baseada em valores do que no fato de vender no curto prazo. Dito isto, na atual situação econômica tem mais valor, pois embora agora seja necessário incentivar o consumo, há cada vez mais marcas que preferem apostar nessa imagem associada a uma série de valores, sendo responsável por sua comunicação.

Se nos nove anos de história, o El Chupete conseguiu contribuir para essa mudança de desempenho, estamos orgulhosos de que seja esse o caso, porque percebemos que há uma mudança significativa nessa tendência.

As marcas de produtos comerciais que integram conteúdo educacional em suas campanhas e também sabem como transmiti-lo, obterão uma série de valores agregados em seu posicionamento

PyM.- Você se atreve a nos dizer que elementos nunca devem fazer parte da publicidade voltada para crianças?

R.R.- No momento, estamos imersos em uma sociedade de consumo incontrolável, mas quando você aborda o menor, o que não pode ser feito é incentivar o consumo excessivo e desnecessário. Obviamente, parece contraditório, porque as marcas querem vender, mas o que parece bom no curto prazo pode eventualmente ser contraproducente.

PyM.- Certamente muitos de nossos leitores ainda não o conhecem, então o que torna o conteúdo de marca diferente da publicidade tradicional?

R.R.- O conteúdo da marca é quando a publicidade se torna conteúdo e isso significa que a publicidade transcende e vai além do próprio meio de publicidade. A publicidade tradicional pode ser identificada porque é dentro de um meio que reconhece o menor como tal e o conteúdo da marca é quando a marca está por trás do conteúdo.

Atualmente, estamos imersos em uma sociedade de consumo incontrolável, mas quando você aborda o menor, o que não pode ser feito é incentivar o consumo excessivo e desnecessário

PyM.- Educar através da publicidade? Tem certeza de que é possível cumprir esta função e combiná-la com a mensagem da marca que se pretende transmitir?

R.R.- Sim é possível. Além disso, existem muitas campanhas educativas e que incentivam a leitura, o esporte, que promovem uma vida saudável. Embora o objetivo final seja vender, marcas de produtos comerciais que integram esses conteúdos em suas campanhas e que também sabem transmiti-los obterão uma série de valores agregados em seu posicionamento.

PyM.- Atualmente, as marcas começaram a integrar conteúdo de treinamento, informação e entretenimento, além da mensagem comercial. Você pode apontar algum dos fatores que causaram a mudança?

R.R.- A mudança no consumo de televisão, o fato de que na publicidade tradicional o bloco publicitário perdeu força e as mensagens comerciais são relevantes, faz com que as campanhas tenham que integrar esse tipo de conteúdo.

PyM.- O que o leva a recompensar a comunicação criativa e responsável com as crianças?

R.R.- O que nos move é uma nova maneira de cuidar da comunicação voltada para crianças que fogem do castigo e se concentram em cuidar do prêmio. O Festival tem como objetivo reconhecer boas práticas e boas campanhas criativas e responsáveis ao mesmo tempo.

Encerramos a entrevista, não sem agradecer a Rodrigo Ron pela generosa colaboração que ele nos deu.

Se você está interessado em El Chupete, deve saber que pode comprar ingressos para participar (normal / 59 euros, estudante / 35 euros). Aqui você tem todas as informações sobre o Festival, onde também pode acompanhar as notícias. Este Festival Internacional tornou-se uma referência para conhecer as últimas tendências do mercado na comunicação infantil e adolescente, sem esquecer a vulnerabilidade desse público.

Por fim, lembramos que este festival também possui uma 'Chupeta Jovem', para premiar anúncios audiovisuais de jovens criadores com idades entre 18 e 25 anos.