Uma em cada três crianças nasce por cesariana na Espanha

Embora o número de cesarianas desnecessárias tenha diminuído nos últimos anos, ainda uma em cada três crianças nasce por cesariana na Espanha. Apesar de apresentar mais complicações do que o parto vaginal, essa prática continua sendo realizada para salvar vidas em caso de emergência por causas sem justificativa médica.

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2009 havia 35% das cesarianas em saúde privada e cerca de 22% em saúde pública, números bem acima das recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) que aprova como Moderada na cesariana, uma taxa entre 10 e 15 por cento.

O protocolo de Atenção ao Parto Normal visa reduzir o número de cesarianas, mas é necessário erradicar a cesariana de rotina e praticá-la apenas quando justificado.

Existem certos grupos de mulheres grávidas que aglutinam a 64,5% das indicações de cesarianas. Muitos deles apresentam fatores que, com assistência adequada ao parto, poderiam ser modificados para evitar a cesariana e, assim, reduzir a incidência dessa prática.

Entre eles, encontramos, por exemplo, os seguintes casos: mulheres na primeira gravidez a quem o parto é induzido, mulheres que fazem cesárea de rotina por terem tido uma cesariana anterior e mulheres grávidas com feto em posição podótica ( nádegas).

Além de ser mais arriscada para a mãe e o bebê (não vamos esquecer que é uma grande intervenção cirúrgica), a cesariana aumenta significativamente os custos com a saúde. Os custos das salas de cirurgia aumentam e a recuperação da mãe é mais lenta, portanto a hospitalização é mais longa. Implica também um maior risco de segundas cesarianas e uma maior perda de trabalho.

Segundo especialistas, a redução de apenas um ponto percentual nas taxas de cesariana em comparação ao parto vaginal resultaria em economia próxima a 6 milhões de euros por ano em toda a Espanha. Dá pensamento, certo?