Sempre se acreditou que os gêmeos monozigóticos, também chamados de idênticos, eram os mesmos porque tinham a mesma carga genética e que as diferenças de saúde, comportamento ou outras eram devidas a fatores ambientais.
Bem, um estudo recente sobre esquizofrenia mostrou, indiretamente, que gêmeos idênticos não são geneticamente iguais.
O estudo foi realizado no University of Western Ontario e o objetivo era investigar pares de gêmeos nos quais apenas um deles sofria de esquizofrenia. A razão para o uso de gêmeos neste estudo, assim como na maioria dos estudos com gêmeos, é óbvia: se você tem duas pessoas geneticamente iguais, muitas variáveis que podem alterar o resultado de um estudo são subitamente eliminadas.
Vendo que havia pares de gêmeos nos quais um deles tinha esquizofrenia e o outro não decidiu procurar a causa ambiental da doença.
A surpresa foi que, em vez de encontrar esse fator ambiental, eles observaram que gêmeos idênticos não tinham o mesmo DNA. Dessa forma, o estudo foi invalidado em sua metodologia (se você não tiver mais dois sujeitos idênticos, a esquizofrenia poderia ocorrer por razões genéticas) e todos os estudos realizados até o momento com gêmeos também foram questionados.
Além disso, eles perceberam que o DNA de uma pessoa nem sempre é o mesmo, mas com o passar do tempo, isso pode mudar. Shiva Singh, um dos autores do estudo afirmou o seguinte:
As células se dividem e se diferenciam à medida que desenvolvemos. Mais importante, essas células podem perder ou adquirir DNA adicional. O genoma não é estático.
Digamos que, com esta descoberta, ocorra um pequeno terremoto no conhecimento do genoma humano (que o DNA é variável é uma novidade importante) e em estudos com gêmeos até o momento. Não sabemos quais serão as repercussões desse novo conhecimento, mas é interessante ver que verdades consideradas absolutas são subitamente refutadas por novas pesquisas.
