França pretende eliminar o anonimato dos doadores de sêmen

O governo francês aprovou um projeto de lei para eliminar o anonimato dos doadores de sêmen, uma medida controversa que pode reduzir doações.

O texto, que será debatido pelas câmeras, prevê que crianças nascidas de sêmen doador possam rastrear a identidade de seu pai biológico, algo que até agora era impossível na França.

A regra exigiria que todos os doadores de esperma autorizassem o futuro descendente a conhecer sua identidade a qualquer momento. Este ponto criou polêmica, pois as associações que promovem a inseminação artificial acreditam que podem deter os doadores.

Contra essa medida, as associações para a promoção da inseminação artificial e a maioria dos os pais legais de crianças nascidas de esperma de doadores, ao contrário de revelar a identidade do doador de gametas.

O governo francês garante que, com essa medida, tente levar mais em conta os interesses das crianças e também pretenda responsabilizar a doação. Mas, então, eles apenas doariam aqueles homens que no futuro estavam dispostos a conhecer um descendente, o que acho chocante.

No entanto, especialistas indicam que a medida tem um impacto limitado, pois das 50.000 crianças nascidas na França como resultado de uma doação de sêmen desde 1973, apenas uma centena se interessou pela identidade do doador. Mas talvez porque eu soubesse que era complicado obter os dados.

Se doar sêmen é muito mais fácil e mais frequente que doar ovos, essa notícia pode desacelerar a tendência, já que a maioria dos doadores ressalta que não o faria se não fosse pelo anonimato (60% deles; 70% o desejam mantenha o anonimato).

Essas porcentagens se chocam com outros dados defendidos por aqueles que apóiam a proposta, como no Reino Unido o número de doadores cresceu quando, em 2005, o anonimato foi levantado.

Vamos esperar para ver se vai adiante ou não proposta para eliminar o anonimato dos doadores de sêmen na França, uma medida que, na minha opinião, e desde que os dados dos doadores sejam confiáveis ​​e seguros, não seria apropriada.