Este tópico me lembra um pouco do conflito ético que surgiu no filme "Minority Report". É lícito deter alguém quando ainda não cometeu o crime? Evidentemente, existem diferenças, mas não estamos tão longe da ficção científica ...
O diretor de ciências forenses da Scotland Yard defende o dos alunos do ensino fundamental cujo comportamento indica que eles poderiam cometer um crime deve ser incluído no banco de dados de DNA no futuro. O que levanta várias questões difíceis de resolver que são propiciadas por esse futuro condicional, "poderia".
Porque, onde colocar o limite entre o que é uma criança "difícil" e o que não é? Provavelmente, se conversássemos sobre brigas na escola, a maioria da população seria "assinada" ... Mesmo assim, se formos a casos "extremos", isso significa que eles cometerão um crime no futuro? O DNA de uma criança deve ser assinado "por precaução"? Qual é o próximo passo?
Mas vamos nos perguntar que culpa nós adultos temos que essas crianças têm comportamento problemático. Talvez também tenhamos que "assinar" os pais dessas crianças, programadores de televisão e políticos ...
Desejar identificar criminosos em potencial o mais rápido possível parece-me refletir uma incapacidade de controlar e um desejo por isso. A proposta vem da falta de segurança e impotência diante dos perigos que hoje afetam muitas sociedades.
A verdade é que, lendo as declarações deste homem, dou menos crédito à sua proposta:
"Se tivermos como identificar os jovens antes que eles comentem um crime, os benefícios a longo prazo para a sociedade serão muito grandes". "Pode-se até dizer que quanto mais jovens forem identificados, melhor. Temos que descobrir quem representará a maior ameaça à sociedade".
O legista reconhece que sua proposta pode ser controversa para pais e professores, mas insiste que a sociedade precisa de um debate livre e maduro sobre como prevenir o crime.
É claro que o banco britânico de DNA, que com os dados genéticos de 4,5 milhões de indivíduos é o maior da Europa, não é suficiente para evitar crimes ou terrorismo. Eu não acho que estendê-lo dessa maneira para crianças que têm um problema comportamental na escola, trará luz sobre o assunto.
No entanto, parece que mesmo a idéia de coletar dados de DNA universalmente também é considerada uma possibilidade no futuro e, se isso não for possível, é devido ao alto custo e às dificuldades logísticas.
Como eu digo, eu acho a raiz do problema é outra. Eu gostaria que fosse investido em mais medidas sociais, mais programas de prevenção (que serão estendidos a partir de 5 anos), uma educação mais personalizada ...
E não vamos esquecer que os adultos têm tudo a ver com a forma como nossos filhos são, então devemos começar nos perguntando o que aconteceu para que essas crianças se comportem violentamente. Agir, prevenir e resolver. E não é necessário assinar "apenas por precaução".
