Um estudo analisa as causas da morte fetal

Talvez esse seja um dos campos menos agradáveis ​​no estudo da maternidade e difícil para quem passou por uma experiência semelhante. Mas, durante algum tempo, várias investigações foram realizadas para descobrir as causas da morte fetal, precisamente para esclarecer se existem soluções possíveis em certos casos. Um novo estudo investiga os fatores envolvidos na morte fetal.

Deve-se esclarecer que a investigação foi realizada sobre mortes no parto ou no trecho final da gravidez. Nos países desenvolvidos, onde existem estatísticas, um em cada 160 bebês nasce morto ou morre no último trimestre da gravidez e nos países em desenvolvimento esse número é muito maior. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 2,6 milhões de bebês morrem antes de nascerem todos os anos no mundo.

Os cientistas da Universidade de Utah apontam em um estudo publicado no "Journal of the American Medical Association" (JAMA) que, embora as causas possam variar de um grupo étnico e racial para outro, os motivos mais comum do parto tem a ver com problemas obstétricos.

Causas mais comuns de morte fetal

O parto morto pode ser devido a insuficiência cervical (um distúrbio no qual o colo do útero não pode permanecer fechado durante a gravidez), descolamento prematuro da placenta, parto prematuro ou anormalidades da placenta.

A pesquisa, realizada em conjunto com a Rede de Pesquisa Colaborativa de Nascimento Morto (SCRN), recrutou um grupo de mulheres de vários grupos étnicos e geográficos registrados em 59 hospitais nos Estados Unidos, dos quais 972 tiveram um nascimento morto.

Os cientistas realizaram autópsias completas de 512 bebês, juntamente com a avaliação da placenta por um patologista perinatal, análise cromossômica e entrevistas com a mãe. Dessa maneira, os pesquisadores conseguiram identificar uma causa provável ou possível de morte em 390 (76%) dos partos mortos.

Além dos problemas obstétricos mencionados, eles descobriram que outras causas comuns do distúrbio eram anormalidades genéticas ou estruturais do feto, anormalidades do cordão umbilical, infecção, distúrbios da pressão arterial e outros problemas médicos da mãe.

Como apontam os pesquisadores, estudos anteriores mostraram que mulheres negras têm duas vezes mais chances de ter um nascimento morto do que mulheres brancas. A nova investigação, no entanto, não revelou por que essa disparidade ocorre.

O que eles descobriram é que a morte fetal de mães negras é mais provável de ocorrer nos estágios iniciais da gravidez ou durante o parto e é mais comum que seja causada por complicações obstétricas ou infecção.

Outro estudo realizado pelo SCRN também publicado no JAMA avaliou a possibilidade de determinar os fatores de risco que levam à perda do bebê nos estágios iniciais da gravidez. Entre eles estão a idade materna, sendo a primeira vez, diabetes, obesidade materna e estado civil.

Em suma, esperamos que estudos como esses ajudem conceber estratégias para reduzir ou prevenir a morte fetal, uma experiência traumática. E eles esperam que estudos futuros possam determinar por que existem diferenças tão amplas no risco de sofrer o distúrbio entre uma raça e outra.

Vídeo: Causas e números da morte materna - Centro de Epidemiologia M2U04583 (Pode 2024).