Nascimentos verticais na arte pré-colombiana

Alguns dias atrás, informamos como o parto está sendo reintroduzido verticalmente em hospitais mexicanos, graças a camas obstétricas especiais que permitem, mais ou menos confortavelmente, essa posição para o parto.

Mas, como já dissemos em muitas ocasiões, nascimentos verticais ou agachados não são novidade, e hoje queremos trazer algumas amostras de nascimentos verticais na arte pré-colombiana que mostra como essa era a maneira natural de dar à luz alguns séculos atrás.

Tudo, antes de macas complexas serem inventadas. Embora também seja verdade que a questão de "acomodar" mulheres através de vários objetos deixa amostras na área européia de camas e mesas medievais.

As culturas andina, maia e asteca ... mostram que os gestos e atitudes das deusas que param verticalmente são um reflexo das práticas e tradições das mulheres em relação ao parto, enquanto representam um arquétipo feminino criador de vida e cultura.

  • A primeira imagem, no canto superior esquerdo, corresponde à deusa asteca Tlazolteotl. Na Mesoamérica, os astecas esculpiram esta bela escultura de Tlazoltéotl (a deusa da lua da terra fértil, patrona do erotismo, parto e destino) de pé, agachada, com as mãos nas nádegas e na boca aberta, mostrando os dentes e gritando enquanto Um bebê surge e olha para a frente entre as pernas. Tlazolteotl descansa os pés em alguns centímetros dos calcanhares, elevando os calcanhares para estabilizar a postura.
  • A segunda imagem, ao lado da anterior, corresponde a uma Pachamama ou "Mamá Pacha", "Mãe Terra", deusa dos povos andinos indígenas. A deusa também aparece agachada, com a lua, o sol e as estrelas pintadas no rosto. Esta figura foi descoberta em Villa Las Rosas, cidade de Salta (Argentina).

  • Nestas linhas, à esquerda, temos outra representação da deusa Pachamama correspondente à cultura quíchua, desta vez uma pintura. Esta é outra das muitas imagens que representam o conhecido nascimento vertical pré-colombiano e o poder sagrado da Deusa Terra.
  • À direita, uma gravura em pedra encontrada no sítio arqueológico de Monte Albán (Oaxaca, México) que também representa um nascimento vertical. Faz parte da "Galeria dos dançarinos", um conjunto de glifos que representam diferentes figuras dançantes (guerreiros nus, parto, doente ...).

Essas e muitas outras amostras confirmam que nos tempos de nossos ancestrais era comum as mulheres darem à luz naturalmente em posições verticais (ajoelhado, agachado ou sentado), algo que continua ocorrendo nas atuais culturas indígenas e camponesas em diferentes partes do planeta.

A OMS ressalta que, em qualquer área em que as mulheres dão à luz, a posição mais confortável para elas deve ser favorecida.

Nós vemos como as deusas pré-colombianas decidiram dar à luz, em posição vertical. Talvez daqui a algumas décadas veremos que os hospitais começam a relegar as tabelas de entrega como as conhecemos hoje para dar lugar a mais opções.